Circuncisão: Tradição e Ritual
Circuncisão, exérese do prepúcio, peritomia ou postectomia é uma operação cirúrgica que consiste na remoção do prepúcio, prega cutânea que recobre a glande do pênis. Essa remoção é praticada há mais de 5 mil anos. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 30% dos homens no mundo são circuncidados (algo em torno de 665 milhões de homens), a maioria por motivos religiosos, uma vez que 68% deles são muçulmanos. O Programa de Combate a AIDS da Organização das Nações Unidas (ONU) defende que a circuncisão reduz o risco de contágio do HIV, no caso de cópula vaginal, mas também afirma que o uso do preservativo é indispensável.
A circuncisão (que se tornou o sinal pessoal da fé de Abraão) foi uma especial maneira criada por Deus, um sinal de separação do mundo, um símbolo de santidade para tornar Seu povo diferente dos idólatras. Isso tornou-se um orgulho tão grande para os judeus – uma simples prática exterior – tão idolatrada, que sobrepujou a visão de que a circuncisão que tem valor de fato é a do coração, isto é: A transformação do caráter. Efetivamente, a maior negação desta fé foi denunciada por Jeremias (Jer. 9:26), quando revelou não haver diferença entre pagãos e o ―povo circuncidado‖ de Deus. ―A forma exterior substituíra a experiência do coração.
Gênesis 17:10
...Todos os do sexo masculino entre vocês serão circuncidados na carne.
Gênesis 17:13 Deus falando para Abraão em relação a sua descendência:
Sejam
nascidos em sua casa, sejam comprados, terão que ser circuncidados.
Minha aliança, marcada no corpo de vocês, será uma aliança perpétua.
Já que essa aliança é perpétua, então por que não fazemos isso no dia de hoje?
O espírito de Deus se manifestava também nos gentios, por isso não precisará da circuncisão física.
Paulo diz que a verdadeira circuncisão é a do coração no guardar os dez mandamentos: “Porque a circuncisão é, na verdade, proveitosa, se guardares a lei; mas se tu és transgressor da lei, a tua circuncisão tem-se tornado em incircuncisão. Na primeira carta aos coríntios Paulo aperta o cerco contra os adeptos da circuncisão como forma de alcançar graça. Vejam:
“Foi alguém chamado, estando circuncidado? Fique circuncidado. Foi alguém chamado estando incircuncidado? NÃO SE CIRCUNDE”. “Em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum, mas sim ser uma nova criatura” (Gl 6.15).
Romanos 2:25
A circuncisão tem valor se você obedece à Lei; mas, se você desobedece à Lei, a sua circuncisão já se tornou incircuncisão.
26Se aqueles que não são circuncidados obedecem aos preceitos da Lei, não serão eles considerados circuncidados?
27Aquele
que não é circuncidado fisicamente, mas obedece à Lei, condenará você
que, tendo a Lei escrita e a circuncisão, é transgressor da Lei.
28Não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é meramente exterior e física. 29Não!
Judeu é quem o é interiormente, e circuncisão é a operada no coração,
pelo Espírito, e não pela Lei escrita. Para estes o louvor não provém
dos homens, mas de Deus.
Campanha contra circuncisão torna-se anti-semítica
Os cidadãos de São Francisco, nos Estados Unidos, terão oportunidade de votar num referendo local, em Novembro, cujos promotores pretendem criminalizar a circuncisão.
O movimento anti-circuncisão, cujos militantes se auto-denominam “intactivistas” tem várias décadas nos EUA, mas nos últimos anos tem ganho visibilidade. Recentemente conseguiu apoio suficiente para obrigar à realização do referendo.
As probabilidades da medida passar são baixas, e mesmo que acontecesse, certamente não resistiria aos desafios jurídicos a que seria sujeita.
Na última semana a campanha ganhou novos contornos com a publicação, por parte do movimento anti-circuncisão, de uma série de livros de banda desenhada que muitos consideram anti-semíticos.
Nos livros o “Homem Prepúcio” (Foreskin Man), defende crianças inocentes das garras do terrível Monstro Mohel. Um Mohel é, nas comunidades judaicas, um homem especialmente treinado para fazer circuncisões.
Para além disto, o Mohel dos livros, que anda com um x-acto sangrento na mão e tem uma aparência grotesca, é acompanhado por um grupo de guarda-costas, vestidos com roupa típica de judeus ortodoxos. Por sua vez o herói é alto, musculado e loiro, com uma aparência claramente ariana.
Para além de recordar alguns dos momentos mais negros da propaganda anti-semita do século XX, a imagem do vilão judeu a tentar roubar crianças indefesas aos seus pais recorda a acusação de “libelo de sangue”, que durante séculos alegou que os judeus, por altura da Páscoa, roubavam crianças cristãs para sacrificar.
Confrontado com as acusações de anti-semitismo, o criador das histórias mostrou-se surpreendido: “Muitas pessoas têm dito isso, mas não queremos ser anti-semíticos, apenas queremos ser pró-direitos humanos”, garantiu Matthew Hess.
Dever sagrado para judeus e muçulmanos A circuncisão é um dever religioso para os judeus, e também para muçulmanos, que envolve o corte cirúrgico do prepúcio. Por norma é praticado sete dias depois do nascimento de um bebé.
Os adversários desta prática, que dão pelo nome “intactivistas”, afirmam que se trata de uma forma de mutilação genital, dolorosa e sem fins médicos, que deve ser banida, comparando-a à mutilação genital feminina.
Contudo, os seus defensores preferem falar de uma perspectiva de liberdade religiosa. A tradição tem vários milénios e é um dos factores mais importantes da identidade judaica. Alguns citam estudos com alegados benefícios médicos da circuncisão.
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